Em 2022 o desmatamento na Amazônia é o maior em 15 anos

Em 2022 o desmatamento na Amazônia é o maior em 15 anos

 

A Amazônia vem sofrendo recordes de destruição nos últimos anos. Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento, do Imazon, divulgados nesta semana, mostram que nos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 quilômetros quadrados de floresta, a maior área devastada dos últimos 15 anos para o período, sendo 3% superior à registrada no relatório anterior.

Em agosto passado, 1.415 quilômetros quadrados da Amazônia Legal foram desmatados —uma redução de 12% em relação a agosto de 2021, quando o desmatamento somou 1.606 quilômetros quadrados. Porém a soma das áreas desmatadas nos oito primeiros meses deste ano ultrapassa a verificada no mesmo intervalo de 2021. De janeiro a agosto, forma derrubados 7.943 quilômetros quadrados de floresta, a terceira pior devastação para o período dos últimos 15 anos.

Os dados, divulgados ontem, são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). “Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E, infelizmente, temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, explica Bianca Santos, do Imazon. Somente a área de vegetação derrubada em agosto tem quatro vezes i tamanho da cidade de Belo Horizonte.

Somadas, as áreas destruídas nos últimos dois calendários chegaram a 21.257 km², quase o tamanho do estado de Sergipe. Os dados do instituto também apontam que essa foi a quarta vez seguida em que a devastação atingiu o maior patamar desde 2008, quando o Imazon iniciou o monitoramento com o SAD.

O sistema do Imazon detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal (região que corresponde a 59% do território brasileiro e que engloba a área de 9 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão) e leva em conta degradações florestais ou desmatamentos que ocorreram em áreas a partir de 1 hectare, o que equivale a aproximadamente 1 campo de futebol.

Assim como o Deter, do Inpe, o calendário de monitoramento do SAD começa em agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte por causa da menor frequência de nuvens na Amazônia. Os sistemas também são semelhantes porque servem como um alerta, mas não representam um dado oficial de desmatamento.

 

 

AliançA FM

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