Eis uma notícia que certamente não irão ver no programa Cidade Alerta, da TV Record. O apresentador Luiz Bacci, que comanda o jornalístico diário, foi condenado a 5 meses e 12 dias por injúria e difamação contra o delegado de Polícia Civil de São Paulo, José Carlos de Souza. O processo tramitava há dois anos.
A condenação seria no regime semiaberto, porém o juiz do caso mudou a pena e determinou o pagamento de uma indenização de R$ 20,9 mil (o equivalente a vinte salários mínimos) ao delegado.
O caso começou em 2020, durante a cobertura sobre o desaparecimento de uma criança de 1 ano e 11 meses, em Itapira (SP). A mãe, na época, era suspeita de ter matado o filho.
Bacci disse, ao vivo, que a polícia já havia achado o corpo da criança e acusou o delegado de guardar informações sobre o caso para dar uma coletiva de imprensa sob os holofotes.
“Ele insinuou a milhares de pessoas que o delegado estaria escondendo o corpo da criança”, disse a advogada do delegado, Nathany de Souza.
“Bacci, de forma evasiva e irresponsável, afirmou no programa no dia 20 de abril que o corpo havia sido encontrado. Mas somente no dia 29, onze dias depois da confissão, a genitora apontou o local correto onde havia enterrado a filha”, explicou.
O apresentador foi julgado à revelia por ter faltado ao julgamento. Alegou ter tido compromissos profissionais.
“Se as fontes eram idôneas e lhe apresentavam andamentos verídicos sobre o caso, por qual motivo o jornalista desconfiaria das informações prestadas sobre a localização do corpo da criança vitimada?”, questionou a defesa do apresentador no processo.
O juiz José Fernando Steinberg disse na sentença que, com base nas provas documentais e nos testemunhos, ficou evidente que as investigações se mostraram bem conduzidas, “enquanto as críticas ultrapassaram os limites do bom senso e do jornalismo”.
“O acusado [Bacci] ofendeu a reputação, dignidade e decoro da vítima [o delegado], declarou.
Bacci ainda pode recorrer.
AliançA FM
