Mulheres Ianomami entregam carta a Lula com pedido de ajuda

Mulheres Ianomami entregam carta a Lula com pedido de ajuda

 

Em carta entregue nesta segunda-feira (12), dia em que aconteceu a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mulheres yanomamis solicitaram a retirada de garimpeiros da Reserva Indígena Yanomami.

Localizada em território brasileiro e venezuelano, com uma área de 9665 mil hectares, a Terra Yanomami é a maior reserva indígena do país e vem sofrendo com atividades de garimpo e assassinatos recorrentes, de acordo com lideranças locais.

“Quando o garimpo está próximo, nós mulheres ficamos muito preocupadas e andamos com muito medo. Os garimpeiros nos ameaçam e nós não queremos viver assim, queremos viver em paz”, diz um relato presente no texto.

Na carta, ainda é alegado que “antes, quando não tinha tantos garimpeiros, as doenças eram poucas. Em algumas regiões do território Yanomami, nossas crianças estão morrendo por malária, desnutrição, pneumonia e até por infestação de vermes”.

“Tire os que estão invadindo a Terra Yanomami. Faça as operações para tirar os garimpeiros e suas máquinas. As poucas operações só retiram as pessoas e deixam as máquinas na floresta, isso facilita que os invasores retornem e reativem aqueles locais de exploração. Tem que fechar o caminho de entrada dele”, pedem as mulheres indígenas.

O documento menciona ainda a preocupação com os impactos da atividade ilegal do garimpo no sustento das suas famílias. “Antigamente tinha água limpa, hoje está muito suja, os rios estão amarelos e já faz tempo que está assim. Nossas crianças já estão sofrendo os impactos do que está acontecendo agora. Lula, os olhos dos peixes estão mudando. Estamos com medo de comer peixes doentes. Estamos com medo de que nossas crianças fiquem deficientes”, diz.

As crianças ianomamis estavam expelindo vermes pela boca pela falta de medicamentos para tratar verminoses. Na carta, problemas de saúde voltam a ser relatados.

“Muitos postos de saúde na Terra Indígena Yanomami estão fechados. Há milhares de Yanomamis que estão sem nenhum atendimento à saúde. A Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) não está funcionando bem, as crianças saem para o Hospital da Criança e quando voltam para CASAI ficam doentes novamente”.

As mulheres ianomamis solicitam ao novo governante que operações para retirar os garimpeiros e máquinas do território sejam realizadas e reforçam a necessidade de fiscalização do local pelos órgãos responsáveis.

 

 

 

AliançA FM

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