Exército emite nota sobre oficiais supostamente “melancia”

Exército emite nota sobre oficiais acusados de serem comunistas

 

O exército enviou uma mensagem para o publico interno sobre notícias falsas publicou que classificam como melancia, Generais do alto comando, a informação é do jornal estadão, melancia é uma designação dada a oficiais supostamente comunistas ou simpáticos a esquerda. Por que seriam verdes e amarelo por fora e vermelho por dentro, o texto foi uma determinação do comandante do exército General Marco Antônio Freire Gomes.

Segundo a nota assinada por General José Ricardo Vendramin, tais publicações tem se caracterizado pela maliciosa e criminosa tentativa de atingir a honra pessoal dos militares com mais de 40 anos de serviços prestados ao Brasil ao mesmo tempo o governo de transição aguarda o presidente eleito LULA para definir a composição do grupo técnico responsável pela área da defesa, o setor é fortemente associado ao bolsonarismo e ter resistência ao PT o coordenador dos grupos técnicos da transição o ex – Ministro Aloizio Mercadante reconheceu nesta quinta-feira havendo problema institucional relacionado com as forças armadas.

“O que foi a Intentona Comunista?

Por Intentona Comunista entende-se um conjunto de levantes de caráter revolucionário operados por membros do exército brasileiro entre os anos de 1935 e 1936 em plena Era Vargas. Esses levantes ocorreram em pelo menos três capitais do país: Natal, Recife e Rio de Janeiro. Esses militares tinham influência da ideologia comunista e recebiam apoio do comunismo internacional, cujo centro era a União Soviética, à época liderada por Josef Stalin.

Vale ressaltar que a palavra “intentona” tem sentido pejorativo e foi usada pelos opositores dos comunistas. “Intentona” significa algo como “intento insensato” ou “plano louco”. Entretanto, as ações dos militares participantes desse fato não foram exatamente imprevistas, espontâneas e não calculadas, como veremos abaixo.

Luís Carlos Prestes: Tenentismo e formação da ANL

Os revoltosos da Intentona Comunista agiram articulados pela ANL – Aliança Nacional Libertadora, uma organização comunista liderada por Luís Carlos Prestes, formada em 1935, e que agia independentemente do PCB – Partido Comunista Brasileiro. A ANL tinha conexão direta com a Internacional Comunista, também conhecida como Komintern, órgão responsável por dar apoio, tanto em dinheiro quanto em armas e treinamento, para revolucionários comunistas do mundo todo. Luís Carlos Prestes conseguiu o apoio do Komintern em 1934, quando viveu na URSS após o período em que atuava no movimento tenentista brasileiro.

Prestes foi um dos principais nomes do tenentismo, sendo o líder da Revolução de 1924 no Rio Grande do Sul, cujos membros vieram a se unir com os tenentes de São Paulo para formar a famosa Coluna Prestes. Essa coluna, que marchou por vários estados do Brasil procurando mobilizar a população contra a República Oligárquica, acabou dissolvendo-se. Seus membros espalharam-se pelos países vizinhos do Brasil. Luís Carlos Prestes foi para Bolívia.

Na Bolívia, Prestes “converteu-se” politicamente ao comunismo. O responsável por essa adesão foi Astrogildo Pereira, então secretário do PCB, que fora visitar o ex-líder tenentista na Bolívia. De lá, Prestes seguiu para a Argentina, onde houve um golpe de Estado. Da Argentina, Prestes foi para o Uruguai, onde foi convidado a ir para Moscou em 1931. Em Moscou, Luís Carlos Prestes entrou em contato com o Komintern e começou a articular um plano para voltar para o Brasil e organizar um levante militar contra o governo provisório de Getúlio Vargas, recém-instalado em 1930.

Para tanto, Prestes recebeu a ajuda de alguns agentes internacionais do Komintern, como a agente alemã Olga Benário, que também foi sua companheira amorosa. A volta do ex-tenente ocorreu em 1934. O plano era fazer uma ação revolucionária coordenada com os militares fiéis ao tenentismo e à ideologia comunista. Essa ação deveria estourar em vários pontos estratégicos do Brasil ao mesmo tempo. A data escolhida pela ANL foi o dia 27 de novembro de 1935. Entretanto, houve uma precipitação na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

Natal (Rio Grande do Norte) – Intentona Potiguar

Em virtude do recebimento de um telegrama falso que dizia que os levantes tinham sido antecipados e que começariam quatro dias antes do previsto, os militares comunistas de Natal acabaram precipitando a Intentona. Em 23 de novembro de 1935, um total de seis integrantes do 21º Batalhão de Caçadores, situado em Natal, começaram a liderar uma revolta na cidade. Os enfrentamentos diretos ocorreram com a política do estado, que estava em menor número e com armas inferiores.”

“Rafael Fernandes Gurjão, governador do Rio Grande do Norte na ocasião, estava assistindo a uma colação de grau do Colégio Marista no Teatro Carlos Gomes com parte da cúpula do governo. Ele e as demais autoridades tiveram que fugir às pressas do Estado. No dia seguinte, várias cidades do interior do Rio Grande no Norte haviam se rebelado em apoio a Natal. Em 25 de novembro, Natal estava completamente dominada pelos rebeldes, que organizaram um Comitê Popular Revolucionário.

Recife e Rio de Janeiro

No dia 24 de novembro de 1935, uma unidade do exército do Recife, o 29º Batalhão de Caçadores, insurgiu-se na capital pernambucana em apoio a Natal. Vale ressaltar que Pernambuco representava o núcleo mais organizado do PCB no Nordeste brasileiro e muitos de seus militares estavam ligados direta ou indiretamente ao comunismo.

No dia 25 de novembro, foi a vez do 3º Regimento de Infantaria, do Rio de Janeiro, provocar um motim no forte da Praia Vermelha. As ações revolucionárias seguiram em outras cidades. Getúlio Vargas, então chefe de Estado após a Revolução de 1930, pediu ao Congresso Nacional para que fosse decretado o Estado de Sítio e, com isso, fossem acionadas as forças do Exército que não estavam associadas com o comunismo para colocar um ponto final nos levantes. O Congresso autorizou, e Vargas ordenou que as cidades fossem recuperadas.

Acredita-se que mais de uma centena de revolucionários morreram em combate. Cerca de trinta homens do exército legalista (a favor de Vargas) também foram mortos. Centenas de militares comunistas e civis que apoiaram a Intentona até maio de 1936 estavam presos. Entre os presos, Luís Carlos Prestes (que ficou nove anos na prisão) e Olga Benário (que era judia e foi deportada para a Alemanha nazista).

A Intentona Comunista foi usada como subterfúgio por Vargas para dar o golpe de Estado de 1937, que ficou conhecido como Estado Novo.

Curiosidade – a prisão de Graciliano Ramos

O escritor alagoano Graciliano Ramos (1892-1953) foi preso em março de 1936 acusado, sem provas e sem processo, de ligação com a Intentona Comunista. Ramos passou por vários presídios, junto a muitos integrantes da Intentona, onde foi barbaramente torturado pelos oficiais varguistas. A última prisão por onde passou situava-se na cidade do Rio de Janeiro, da qual foi libertado em janeiro de 1937. As experiências de tortura e da vivência em condições de higiene e alimentação subumanas pela quais Graciliano Ramos passou podem ser lidas na obra Memórias do Cárcere (dois volumes), publicada postumamente em 1953.”

 

 

AliançA FM

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