Equipe de transição adia apresentação da PEC

Equipe de transição adia apresentação da PEC

 

Após reação negativa do mercado com as declarações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a série de conversas realizadas em Brasília pelos representantes do petista com o Congresso, a equipe de transição de governo decidiu adiar para a próxima quarta-feira (16) a apresentação da versão final da PEC da Transição. A ideia inicial era apresentar o texto na segunda-feira.

“Após as agendas de ontem, dado algumas sugestões apresentadas pela Câmara e Senado, sentimos a necessidade de voltar a conversar com o presidente Lula. Desde o início encontramos muito boa vontade dos líderes e parlamentares das duas casas e a PEC da Transição é trabalhada com muito entendimento”, disse o senador eleito Wellington Dias em manifestação distribuída a sua rede de contatos. Ele foi designado por Lula para liderar as negociações.

“Assim acertamos seguir dialogando e na quarta feira, após o feriado, um texto final da PEC da Transição e também sobre adequações do Projeto de Lei Orçamentária [será apresentado ao] relator, senador Marcelo Castro”.

De acordo com ele, “todo esforço é para o máximo de entendimento com a Câmara e Senado, e encontramos um ambiente de muito compromisso com este objetivo em favor do nosso povo, evitando assim alterações em uma casa, o que é legítimo na regra democrática, mas poderia causar atraso na votação, e temos um tempo bem curto até o final do ano Legislativo”.

Wellington Dias também disse que “as duas grandes metas foram abraçadas por líderes e parlamentares da Câmara e do Senado: colocar o povo e, especialmente, o povo mais pobre no orçamento e também garantir capacidade de investimentos para ajudar no crescimento econômico, criando um ambiente de confiança para mais investimentos privados do que já é previsto, e gerar mais emprego e mais renda. E como fazer isto com muita responsabilidade fiscal e social”.

O desenho inicial da PEC da Transição, debatido pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, permite uma “licença para gastar” de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023.

É a conta que o governo eleito faz de quanto custaria o novo programa Bolsa Família já no valor de R$ 600 com outros adicionais, como a promessa de campanha de Lula de dar um acréscimo de R$ 150 para famílias com crianças até seis anos de idade, segundo informações de interlocutores próximos a Alckmin.

Os valores não constariam numericamente no texto da PEC. A proposta apenas tornaria excepcionais às regras fiscais “programas de transferência de renda”. Com isso, ficaria garantido o pagamento do principal programa social que o novo governo pretende implementar.

No entanto, para atender à intenção do governo eleito de cumprir outras promessas de campanha, a ideia debatida neste domingo foi alocar os R$ 105 bilhões que já estão previstos no Orçamento para o Bolsa Família ainda sob o nome de Auxílio Brasil em 2023 e remanejá-los em outros programas. Conforme revelou, Lula concorda com os valores e com a apresentação do texto na semana que vem.

Na prática, a PEC garantiria mais recursos para o Bolsa Família e permitiria que os recursos que já constam no Orçamento de 2023 para o programa sejam realocados para outras promessas de campanha. Dentre elas estão, por exemplo, o programa Desenrola, que prevê ajuda para pagamento de dívidas.

Para tanto, bastaria fazer o remanejamento por meio de mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentarias. Com informações da CNN.

 

 

AliançA FM

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