Com a alta do preço da carne o torcedor brasileiro terá que se esquivar dos preços mais altos se quiser reunir os amigos para um churrasco nos dias de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Catar deste ano, que começa no dia 20 de novembro. Desde a edição mais recente do torneio, em 2018, os valores da carne bovina dispararam no país.
De acordo com o levantamento, o preço médio do quilo da carne premium era de R$ 22,63 em julho de 2018, quando ocorreu a final da última Copa do Mundo. No mesmo mês de 2022, o valor praticamente dobrou, calculado em R$ 43,89. A alta no período chegou a 93,9% -ou R$ 21,26 a mais. Os primeiros cortes pesquisados são o coxão mole e o patinho, com informações do Procon-SP.
Já o preço da carne de segunda classe teve uma trajetória semelhante. No mesmo período, o preço médio do quilo passou de R$ 17,74 para R$ 34,70, um aumento de 95,6% – ou R$ 16,96 a mais. Neste caso, os cortes pesquisados são mandril e músculo.
Economistas associam a alta das carnes a uma combinação de ingredientes como demanda aquecida no mercado internacional, câmbio mais alto e custos de produção elevados.
A dica é pesquisar
A Copa deste ano será realizada em um período atípico, de novembro a dezembro. Até lá, a perspectiva é de melhores condições de pastagem e trégua em insumos como o óleo diesel, diz Peçanha, da FGV Ibre. Isso, segundo ele, pode gerar alívio para os preços da carne. Por outro lado, lembra o economista, as incertezas durante o período eleitoral tendem a impactar o câmbio no país, o que traz o risco de novas pressões sobre os produtos.
“É preciso muita pesquisa. Há, por exemplo, dias com promoções de carnes nos supermercados. Outra opção é procurar descontos no atacado”, diz. Iglesias, da Safras & Mercado, considera que os preços da carne bovina podem ter novos reajustes no segundo semestre em caso de demanda mais forte com o Auxílio Brasil. A ampliação do benefício foi anunciada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições.
A carne bovina e o leite são os principais produtos que o público do programa deixou de comprar e pretende voltar a consumir a partir do aumento dos repasses para R$ 600, indicou levantamento recente da Asserj (Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro).
“As redes de varejo costumam fazer promoções em determinados meses ou semanas. A recomendação é ficar atento a isso, pode haver oportunidades. Comprar agora para consumir depois, estocar, é complicado”, diz Iglesias.
AliançA FM