A Polícia Federal (PF) concluiu que os hackers que acessaram mensagens dos integrantes da Lava Jato agiram sozinhos e não foram pagos para invadir o aplicativo de mensagens Telegram. No último dia 12 de abril, com base nas conclusões da PF, o procurador Wellington Divino Marques de Oliveira pediu arquivamento do caso.
O relatório da PF, diz que a investigação “não identificou um possível agente que tenha solicitado ou determinado aos investigados a invasão dos dispositivos eletrônicos de autoridades públicas oferecendo ou fornecendo uma contrapartida financeira para a prática dos delitos investigados, tendo como objetivo embaraçar investigações criminais envolvendo organizações criminosas”.
“Analisadas, nos e-mails e demais materiais apreendidos, bem como nas movimentações financeiras realizadas, e confrontando essas transações com o conteúdo examinado, não foi possível identificar um agente que tenha requerido aos réus que iniciassem ou continuassem as invasões aos dispositivos sob o fornecimento de qualquer tipo de vantagem ou promessa de fornecê-la”, diz o relatório da PF.
As conversas que indicavam proximidade entre o então juiz Sergio Moro e a equipe da Lava Jato foram usadas, por exemplo, pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para garantir que o STF (Supremo Tribunal Federal) anulasse os processos que foram conduzidos por Moro.
Walter Delgatti Neto, um dos integrantes do grupo, foi o responsável por capturar as conversas privadas dos integrantes da força-tarefa de Curitiba. Durante a investigação, a Polícia Federal analisou uma série de depósitos suspeitos nas contas dos hackers entre 2018 e 2019, quando eles foram presos, e concluiu que foram oriundos de fraudes bancárias praticadas anteriormente por alguns deles.