O Tribunal de Contas da União (TCU), através do ministro Walton Alencar, determinou na última segunda-feira (04), a realização de uma inspeção no Ministério da Educação (MEC) para apurar se houve irregularidades na transferência de recursos por meio da atuação de pastores na pasta, motivo que levou à demissão do ex-ministro Milton Ribeiro.
Os auditores da corte de contas poderão requisitar documentos e questionar servidores responsáveis por liberar verba a prefeituras.
O ministro do TCU considerou que embora Ribeiro já tenha sido exonerado do cargo, é necessário dar seguimento à apuração e autorizou a realização da inspeção, segundo reportagem do jornal O Globo. No dia 23, o plenário do TCU aprovou fiscalização em todos os convênios do MEC.
Escândalo no MEC:
A atuação de dois pastores dentro do Ministério da Educação (MEC) nos últimos dois anos expôs um suposto esquema de tráfico de influência dentro da pasta. Desde a posse do ministro Milton Ribeiro, em junho de 2020, os religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura levaram dezenas de prefeitos para reuniões e, segundo acusações, cobravam propina para facilitar o repasse de verbas para esses municípios.
O escândalo atingiu um dos ministérios mais importantes da Esplanada, com um orçamento de R$ 159 bilhões neste ano. Mas também chegou ao Palácio do Planalto: em um áudio vazado, o ministro da Educação afirma que a prioridade dada a Gilmar e Arilton seria um pedido especial do presidente Jair Bolsonaro. Em sua transmissão semanal nas redes sociais, Bolsonaro defendeu Ribeiro: “Eu boto a minha cara no fogo pelo Milton”.
O áudio
A gravação de uma reunião com a presença do ministro Milton Ribeiro e do pastor Gilmar Santos é revelada pelo jornal “Folha de S. Paulo” no dia 21 de março. No áudio, Ribeiro diz que prefeitos acompanhados pelos pastores eram priorizados a pedido do presidente Jair Bolsonaro. “”Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, disse Ribeiro.
AliançA FM