Exemplares de uma edição da Bíblia com fotos do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foram distribuídos em um evento organizado pelo MEC em Salinópolis, no Pará, em julho do ano passado.
A impressão destaca o “patrocínio” do prefeito de Salinópolis, Carlos Alberto de Sena Filho, o Kaká Sena, do PL, que também teve a imagem estampada entre a contracapa e a folha de rosto. A tiragem de mil Bíblias teria custado R$ 70 mil.
Após o evento, o ministro da Educação aprovou a construção de uma escola em Salinópolis, com um compromisso firmado em R$ 5,8 milhões, dos quais foram empenhados, no final de dezembro, R$ 200 mil. Milton Ribeiro e Kaká Sena não se posicionaram sobre o assunto.
Doutor em Direito do Estado pela USP, Igor Tamasauskas disse ao Estadão que o caso das Bíblias com a fotografia de Milton Ribeiro pode caracterizar corrupção e improbidade. “Uma possível imposição de uma ‘doação’ na forma de confecção de Bíblias caracteriza a “vantagem indevida” para o desempenho de uma atividade pública, o que configura corrupção”, ressaltou. “A improbidade decorre disso e também da violação ao princípio da impessoalidade.”
Na Bíblia distribuída em Salinópolis, há um agradecimento a Milton Ribeiro por ter “construído uma comunhão especial” com o pastor Gilmar Santos e ao prefeito da cidade pelo patrocínio. O texto de apresentação destaca que o ministro e o religioso realizavam seminários em diferentes regiões, levando projetos de melhoria da Educação Básica.
AliançA FM