A segunda parte do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade, divulgada na ultima segunda-feira (28), chega em momento oportuno para o Brasil e o mundo. Cientistas de 195 países afirmam que o aumento da temperatura global de 1,1°C que vivemos hoje causa perdas e danos, especialmente às populações em situação de vulnerabilidade.
Cerca de 3,3 bilhões de pessoas vivem em países com alta vulnerabilidade à crise climática, com impactos maiores sobre aqueles que sofrem com questões relacionadas à desigualdade, saúde, educação, crises financeiras, falta de capacidade de governança e infraestrutura.
Vidas e lares foram perdidos em todo o mundo, mas em países com maior situação de vulnerabilidade, a mortalidade por inundações, secas e tempestades foi 15 vezes maior na última década, em comparação com países com vulnerabilidade baixa.
As perdas e danos que já estão acontecendo e são distribuídos de forma desigual, não são abordados de forma abrangente pelos atuais arranjos financeiros, de governança e institucionais, particularmente em países vulneráveis de baixa e média renda.
A extinção de espécies e a redução ou perda irreversível de ecossistemas e seus serviços, incluindo ecossistemas de água doce, terrestres e oceânicos, estão entre as consequências irreversíveis causadas pela crise climática.
O IPCC destaca que para tanto para mitigar as emissões que intensificam a crise climática como para que a gente se adapte à nova realidade, é fundamental que nossas florestas, mares e oceanos sejam protegidos e permaneçam saudáveis. E mais, destaca que a manutenção da resiliência da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos depende da conservação efetiva de aproximadamente 30% a 50% das áreas terrestres, de água doce e oceânicas do planeta, incluindo ecossistemas atualmente quase naturais.
Eventos de chuvas fortes, resultam em inundações, deslizamentos de terra, devem se intensificar bastante em magnitude e frequência, apresentando riscos à vida e à infraestrutura. Estima-se que o aquecimento de apenas 1,5°C resulte em um aumento de 100 a 200% no número de populações afetadas por inundações na Colômbia, Brasil e Argentina, 300% no Equador e 400% no Peru.
AliançA FM