O início do ano na comunidade quilombola Jesus de Pitimandeua, no município de Inhangapi, foi marcado por um fenômeno que impediu a diversão de quem só queria celebrar a chegada de 2022. Ao fazer o tradicional banho de igarapé, os moradores do quilombo e comunidades ao redor perceberam que o igarapé do município estava com uma quantidade considerável de peixes mortos e um forte odor.
“A comunidade depende também da atividade da pesca, como meio de subsistência. Além disso, utiliza para atividades de lazer da comunidade e isso tudo ficou comprometido. Queremos fazer um alarme para esse possível crime ambiental que ocorreu nessa virada de ano e que os culpados sejam responsabilizados”, explica o professor quilombola Aiala Colares.
Os próprios banhistas orientaram que não fosse utilizado o igarapé devido o desconhecimento do que teria ocasionado a situação. O docente afirma que foram coletadas amostras para realizar análise laboratorial em Belém. O material será encaminhado para o Laboratório de Qualidade de Água da Amazônia, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), o primeiro de referência especializado em análise química das águas e efluentes.
Foi a primeira vez que um problema dessa natureza ocorreu no igarapé da comunidade de Pitimandeua. De acordo com lideranças da comunidade, a Secretaria de Meio Ambiente de Inhangapi já esteve no local para coletar amostras de água e peixes para análise. Além disso, o Ministério Público já está apurando as denúncias.
“Isso nos deixou muito assustados. Já sofremos com uma série de problemas ambientais que envolvem queimadas, desmatamento, poluição e a violência que assola os moradores da comunidade que precisa sair pra trabalhar em estrada de chão batido. E mais esse problema que envolve o igarapé que é usado de diversas formas pelas pessoas”, pontua Aiala Colares.
AliançA FM
Por (Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)
O Liberal