Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (1), em Roma, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse que a Petrobras vai anunciar um novo reajuste no preço dos combustíveis em 20 dias.
“A Petrobras anuncia, isso eu sei extraoficialmente, novo reajuste em 20 dias”, disse Bolsonaro. “Isso não pode acontecer. A gente não aguenta, porque o preço do combustível está atrelado à inflação”, informou.
Em seu discurso, Bolsonaro também reclamou de governos anteriores, como o de Michel Temer, quando teve início a política de atrelar o preço do combustível ao dólar.
O presidente voltou a dizer ainda que o ICMS é o vilão do preço dos combustíveis, e defendeu novamente a privatização da Petrobras – algo que, segundo ele, não é algo para o curto prazo.
O último reajuste anunciado pela estatal foi na semana passada, menos de vinte dias depois da alta anterior. Na ocasião, o preço médio de venda da gasolina A para as distribuidoras teve reajuste de 7% e o diesel, de 9,15%.
Defasagem dos preços
Mesmo com os últimos aumentos, vale dizer que ainda existe uma defasagem dos preços no Brasil em relação ao mercado externo.
Até o início do mês, essa defasagem chegava a 21% no caso da gasolina e de 19% no caso do diesel, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Isso sinaliza que, além desses reajustes, o mercado ainda pode ter novas altas. Além disso, existe a perspectiva de que o Petróleo continue se valorizando, já que os maiores produtores da commoditie têm dado sinalizações de que não vão aumentar a oferta no mercado global.
ICMS congelado
Na sexta, dia 29 de outubro, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) decidiu congelar o ICMS (Circulação de Mercadorias e Serviços) por 90 dias para tentar reduzir a disparada dos preços, mas não garante o fim dos reajustes.
O ICMS é apenas uma parte do preço que vai para a bomba dos combustíveis.
Em junho, segundo a ANP, esse imposto estadual correspondeu a 27,8% do preço da gasolina, 14,2% do preço do diesel e 13,6% do preço do gás de cozinha.
Já a outra parte do custo se refere ao resto da cadeia produtiva, como os produtores, os desenvolvedores, os transportadores. E essa parte continua exposta a possíveis variações, principalmente porque ela é atrelada ao dólar e ao preço do barril de petróleo.
Quando ocorre a variação no preço desses produtos, também ocorre a alteração do preço do combustível.
Se houver uma variação negativa no preço do barril do petróleo, o congelamento do ICMS teria efeito negativo. Mas isso é bastante improvável.
A medida foi aprovada por unanimidade em reunião extraordinária e visa “colaborar com a manutenção dos preços nos valores vigentes em 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022”.
AliançA FM
Com informações do site Vamos falar de bel