Ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro está prestes a bater o martelo sobre seu futuro político. Nas últimas semanas, ele tem intensificado as conversas de bastidor e, também, as contas para 2022: vai sair à presidência da República ou ao Senado, pelo Podemos, partido ao qual vai se filiar?
A decisão ainda não está tomada mas, hoje, quem conversa com Moro acredita que sua intenção é concorrer à Presidência da República. Com um adendo: o ex-juiz, hoje (pois tudo pode mudar), pontua em conversas que, mesmo se se lançar e aparecer um nome durante 2022 com mais chances de vitória, capaz de somar vários campos e que defenda pautas com as quais ele concorde, ele não teria problemas em abrir mão da candidatura para apoiar esse tal perfil de terceira via. Nas palavras de um aliado, Moro pode sair candidato mas “sem prejuízo de compor” depois com um nome que seja capaz de vencer Lula e Bolsonaro.
Enquanto não decide, Moro considera alguns pontos, expõe motivos a aliados e faz avaliações de cenário.
Por exemplo, avalia que, se se aventurar de fato na carreira político-eleitoral, será para “matar algo dentro dele”, argumentando que precisa encerrar um capítulo de sua vida. E esse capítulo é a experiência na carreira política, como se o ciclo tivesse sido interrompido pela sua saída do governo Bolsonaro e seu trabalho como gestor, ficado pela metade.
Moro também repete a aliados que nunca teve a ambição de disputar uma eleição, mas que tem dificuldade em ver o “país afundar com Bolsonaro ou Lula”. Entre seus motivos, durante conversas para fechar a filiação ao Podemos, ele argumentou que teme não ter um “Brasil para voltar”, se acompanhar a eleição da plateia e decidir ficar no exterior, na carreira privada e não disputar cargo algum- o que políticos avaliam ser atualmente um cenário remoto.
Na campanha, o ex-ministro calcula que, se sair, pode ser o seu próprio advogado na defesa de ataques dos quais será alvo- e aproveitará a eleição para defender seu legado à frente da Operação Lava Jato, explicar suas escolhas profissionais e políticas, como o ingresso no governo de Jair Bolsonaro, em 2018.
Se de fato a equação fechar e Moro decidir se candidatar à Presidência, ele terá de ampliar as conversas no mundo político em busca de um nome para vice. Simone Tebet, senadora do MDB, é muito elogiada no entorno do ex-ministro.
A situação de Moro segue indefinida, mas uma coisa é certa para interlocutores do ex-ministro: dentro ou fora da eleição, candidato ou não, ele será personagem da eleição, será tema e, principalmente, alvo dos hoje principais nomes na disputa, Lula e Bolsonaro.
AliançA FM
Com informações de Andréia Sadi