França: Deputados aprovam projeto que proíbe terapia da “cura gay”

França: Deputados aprovam projeto que proíbe terapia da "cura gay"

Os deputados da França aprovaram por unanimidade na última terça-feira (5), um projeto de lei que reafirma a proibição das “terapias de conversão”, que buscam modificar a orientação sexual ou a identidade de gênero das pessoas LGBTQIA+.

O texto propõe punir os responsáveis por essas terapias ineficazes com dois anos de prisão e multa de 30 mil euros, que aumenta para três anos de prisão e 45 mil euros se a vítima for menor de idade. O Senado ainda precisa votar a proposta.

É difícil quantificar quantos procedimentos irregulares como a chamada cura gay são praticadas na França. Em 2019, os deputados Laurence Vanceunebrock e Bastien Lachaud citaram “uma centena de casos recentes” e ficaram alarmados com o aumento das denúncias.

Os dois legisladores distinguiram três categorias das chamadas “terapias”: as religiosas, com apelos à abstinência e exorcismos; as médicas, com tratamentos hormonais, hipnose e eletrochoque; e as sociais, como casamentos heterossexuais forçados.

França: Deputados aprovam projeto que proíbe terapia da "cura gay"
‘Não existe amor censurado’, diz cartaz levantado por manifestantes em Parada LGBT+ de Paris de junho de 2021 — Foto: Sarah Meyssonnier/Reuters

A iniciativa ainda não foi votada no Senado, que corre contra o tempo, porque o Parlamento francês encerra seus trabalhos no fim de fevereiro para as eleições presidenciais de abril de 2022. Dependerá da ação do Senado que o projeto possa ser aprovado antes do recesso, alertou uma fonte parlamentar.

Nas redes sociais, o apoio se multiplica sob a hashtag #RienAGuerir (nada para curar), nome de um coletivo de vítimas lançado em 2020.

Para as associações LGBTQIA+ e da sociedade civil, a mobilização se intensifica. Os cantores Eddy de Pretto e Hoshi, muito populares entre os jovens, exigiram que os deputados atuassem sobre o assunto.

Este projeto de lei permitirá “salvar vidas”, disse a ministra em exercício da Igualdade, Elisabeth Moreno.

“Não há nada o que curar. Ser você mesmo não é crime, não se deve tentar mudar a identidade de gênero ou orientação sexual das pessoas”, defendeu.

Aliança FM

Com informações do site France Presse

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