O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou, nesta quarta-feira (11), que o Ministério da Saúde ainda não enviou as 228 mil doses do imunizante da Pfizer que seriam destinadas ao estado pelas regras da proporcionalidade. A informação foi confirmada pelo secretário de saúde estadual durante coletiva de imprensa, no Palácio dos Bandeirantes.
“O Ministério da Saúde não enviou as doses que prometeu enviar a São Paulo. O ministério descumpriu o acordo feito verbalmente comigo e com o Dr. Jean Gorinchteyn feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Quiroga. Não cumpriu e não entregou as doses da vacina da Pfizer”, afirmou Doria.
O secretário da saúde do estado, Jean Gorinchteyn, afirmou que o não envio das vacinas compromete a confiança da população na vacinação.
Apesar da falta desses imunizantes, o governo de São Paulo garantiu que a vacinação de adolescentes está mantida para se iniciar no dia 18 de agosto. “Conversamos com o ministro várias vezes para demonstrar o interesse de São Paulo em evitar a judicialização e caminhar com respeito nas doses respeitando a proporcionalidade. Mas isso não foi cumprido pelo Ministério”, afirmou o governador.
“Se houve, por algum motivo, alguma mudança dessa metodologia de contabilização para cada um dos estado feitas pelo Ministério isso acaba gerando de forma abrupta um comprometimento na organização, no planejamento, na estratégia que o estado tem de forma muito minuciosa para os 645 municípios”, disse Gorinchteyn.
O secretário explicou que o não envio dos imunizantes gera uma instabilidade social e compromete a expectativa da população em ser vacinada. “Isso faz quebrar a confiança da população nas políticas públicas relacionadas a vacinação. A proporcionalidade é histórica e não pode ser mudada de forma abrupta e unilateral.”
Vacinas não enviadas
Na quarta-feira (4), o governador João Doria explicou que o estado de São Paulo recebe cerca de 22% das vacinas destinadas ao Brasil, de acordo com o proporcional de sua população. “Tem funcionado dessa maneira, ontem foi interrompido sem justificativa. Qualifico como arbitrária essa decisão e representa quebra do pacto federativo”, disse Doria.
Na ocasião, o coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, afirmou que além de impactar no cronograma de vacinação do estado, o não recebimento das vacinas da Pfizer impacta também as flexibilizações em atividades de comércio e serviço do Plano São Paulo, previstas para o dia 17 de agosto e para os meses de outubro e novembro.
“Precisamos que o recebimento das vacinas seja mantido para que possamos manter nosso cronograma. Espero que isso seja algum engano do Ministério da Saúde e que possa ser corrigido o mais rápido possível”, disse ele.
O secretário de saúde estadual, Jean Gorinchteyn, afirmou que a pasta enviou um ofício ao Ministério da Saúde para cobrar a entrega das 228 mil doses que não chegaram na remessa enviada na terça-feira (3).
“A Secretaria de Estado da Saúde requer o envio complementar de pelo menos 228.150 doses da vacina da Pfizer em até 24 horas, considerando a relevância e urgência que a matéria se reveste e a fim de evitar prejuízos a população deste estado”, diz o documento.
“O PNI é seguido de forma ética e planejada pelo governo do estado de São Paulo, delimitando faseamento e fazendo com que as prerrogativas sejam seguidas em favor da vida. O estado de São Paulo não pode nem deve ser surpreendido com uma medida tão descabida que compromete a aquisição de 230 mil doses da vacina que deixam de ser imunizadas num momento tão importante de proteção”, disse Gorinchteyn.
Doria ressaltou que o estado de São Paulo não pode comprar vacinas da Pfizer em razão do contrato assinado com o governo federal. O coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, disse que as vacinas são importantes para a manutenção da segunda dose e diante dos riscos impostos pela variante delta que avança no estado.
Fonte: R7